‘Não vemos com hostilidade candidatura de Eduardo Campos’, diz Aldo Rebelo ao iG

Por Clarissa Oliveira e Luciana Lima - iG Brasília 



Após ficar no governo a pedido de Dilma, ministro diz que apoia presidente, mas tem ‘grande apreço’ pelo socialista. Ele avisa que o PCdoB espera do PT retribuição de apoios e aponta risco de ruptura em São Paulo
Conformado em abrir mão do mandato sem garantia de permanência num eventual segundo governo da presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirma que há no PCdoB a expectativa de que o PT retribua os apoios que vem recebendo eleição após eleição. Em entrevista concedida ao iG poucos dias depois de retirar sua candidatura ao governo de São Paulo a pedido de Dilma, Aldo diz que vê como certo o endosso à reeleição da petista. Mas avisa que isso não significa um rompimento dos laços que seu partido e ele próprio mantêm com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

“Nós não vemos com hostilidade a candidatura de Eduardo Campos”, afirma o ministro, ao ponderar que não considera “definitiva” a entrada do socialista na corrida presidencial do ano que vem. “Eu, por ele, pessoalmente, tenho um grande apreço e uma amizade muito grande”, completa o ministro.
Questionado sobre o fato de ter aceitado retirar a candidatura em favor do PT – ele se comprometeu com Dilma também a não disputar uma vaga de deputado federal –, Aldo diz que o PCdoB vem se esforçando, nos últimos anos, para ter um “protagonismo” maior nas eleições. “Seria um grande momento, para mim, poder disputar o governo de São Paulo. E nós abrimos mão. Às vezes, se nós somos aliados, abrimos mão. A nossa expectativa é de que o outro aliado também possa abrir mão, no caso o PT. É uma expectativa”, disse.
Atualmente, o PCdoB se esforça para amarrar acordos em Estados onde vê chances de apresentar candidaturas fortes. É o caso do Maranhão, onde o alinhamento entre o PT e o PMDB da governadora Roseana Sarney contribuiu para aproximar o pré-candidato Flávio Dino (PCdoB) do PSB de Eduardo Campos.
Embora garanta o endosso à reeleição de Dilma, Aldo aponta para a possibilidade de uma ruptura na aliança tradicional entre PT e PCdoB em São Paulo. Os petistas já têm engatilhada a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Mas, segundo o ministro do Esporte, o PCdoB não descarta apoiar outros nomes que tenham alinhamento com Planalto. Ele cita especificamente os nomes do peemedebista Paulo Skaf, já colocado para a disputa, e do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), também cotado para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
“No PCdoB de São Paulo, não houve decisão ainda em relação à candidatura ao governo do Estado. Temos grande apreço ao ministro Padilha, mas temos também uma relação muito boa com outros setores que apoiam a presidente Dilma. Como é o caso do Paulo Skaf, que é candidato do PMDB, e o próprio Gilberto Kassab, que também é pré-candidato a governador”, diz o ministro do Esporte.

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