Energia eólica traz lucro a produtores rurais

 
 
 
  
Nos 33 hectares de sua propriedade no município de Tábua Nova, sudoeste da Bahia, o produtor rural Adão Reis, 44, tem criação de gado de corte. Há poucos meses, a renda do produtor cresceu cerca de 50% sem que ele precisasse investir em genética ou insumos para aumentar a produção bovina. Foram os ventos que sopram na região que proporcionaram o crescimento dos rendimentos dele.

 

Renova / Divulgação
Adão Reis, que cria gado de corte, aumentou em 50% os rendimentos com a
 instalação do parque eólico em sua propriedade (Foto: Renova / Divulgação)

Há um ano, a empresa de energia Renova – responsável por mais da metade dos parque eólicos no estado, que possui 57 - começou a instalar, na propriedade de Reis, aerogeradores para a produção de energia eólica. “Desde o primeiro contato, eles explicaram que seria uma energia limpa, produzida através do vento e que a única degradação seria visual, porque ia ter uma torre onde não havia antes. Disseram que a energia ia pra central da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e seria distribuída por toda rede”, explica.

Há cerca de três meses, o parque eólico, que toma 2,3 hectares da área, começou a funcionar. Mensalmente, o valor da produção - que gira em torno de R$ 500 por cada gerador - é depositado na conta bancária do produtor sem que ele tenha qualquer trabalho.

Para instalar o parque eólico no local, a empresa fez algumas modificações na propriedade a fim de não interferir na criação do gado. “A cocheira que tinha próximo ao acesso (da fazenda) foi mudada de lugar para que o gado não estressasse. Foram feitas algumas adaptações que eu exigi para que não interferisse na parte produtiva”, conta o pecuarista.

Com o parque instalado e suas recomendações cumpridas, Reis garante que não houve impactos negativos na produção. “Pode-se plantar pastagem em volta das torres, o gado convive bem, pode passar por perto das torres. Não notei diferença no emagrecimento dos animais”, afirma.

“A região é muito seca e a produtividade é muito baixa. Então, a renda do agricultor é muito pequena e isso (torres) agrega”, destaca.

Renova / Divulgação
 

No município de Guanambi, o agricultor Areldo Lessa, 56, planta milho, feijão, hortaliças e possui os geradores da Renova na propriedade de 18,5 hectares. Apesar de ainda não funcionarem devido à necessidade de concluir a rede de transmissão, há quase dois anos o produtor recebe a mensalidade de aproximadamente R$ 490 apenas pela instalação do parque no local.

O retorno financeiro é um alento, principalmente por causa da seca que assola a região. “Esse ano, o plantio da área sequeira não tirou nada porque a chuva foi pouca”, diz ele, que recebe entre R$ 1 mil a R$ 1,5 mil com a produção das hortaliças.

A produção eólica também está associada à piscicultura no Rio Grande do Norte e à pecuária e à viticultura na região Sul. As regiões Nordeste e Sul concentram a maior parte dos investimentos em energia eólica do País.

Potencial

Atualmente, o Brasil possui 71 parques eólicos instalados, a maioria ligada à atividade agropecuária, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Indústria Eólica (Abeeólica), Élbia Melo.

“Uma vez a torre montada, ela é harmônica com todas as atividades agrícolas existentes, seja agricultura, seja pecuária. A produção de energia eólica não é concorrente nem excludente. Mantêm-se as atividades econômicas anteriores e onde não havia atividade nenhuma é inserida uma nova (energia eólica)”, explica Élbia.

Em geral, segundo ela, os produtores são procurados por investidores da área para arrendar os terrenos para a instalação dos parques. O mapeamento das áreas com potencial para a produção eólica é feito pelo Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Cepel). No final deste ano, o Cepel deve lançar o novo atlas eólico brasileiro (existe uma edição de 2002).
Em termos de capacidade instalada, o Brasil tem hoje 2.2 GWt (gigawatts) de energia, o que representa 1,8% de toda a matriz elétrica brasileira. “Mas esse potencial tem crescido ao longo dos anos, porque o primeiro leilão foi feito em 2009 e as primeiras usinas ficam prontas três anos depois”.

Ao final de 2017, quando todos os parques contratados deverão estar implantados, o País terá 8.4 GWt de capacidade instalada – respondendo por 5,5% de toda a matriz elétrica.

Desde 2004, quando foram feitos os primeiros investimentos na energia eólica através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), até 2011, os leilões realizados no Brasil somaram R$ 25 bilhões. Até 2020, a previsão do governo federal é que os investimentos alcancem R$ 40 bilhões naquela que é a segunda energia mais competitiva do País.

por Alana Fraga

Comentários

Unknown disse…
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