III Encontro Popular da Bacia do São Francisco discute a revitalização do rio
Debater e encontrar soluções para a revitalização do rio São Francisco são os objetivos dos participantes do III Encontro Popular da Bacia do rio São Francisco,
que inicia amanhã, dia 25 de maio e se encerra no dia 27, no CEDIF, na
cidade de Januária, norte do estado de Minas Gerais. Com o lema “Por uma
revitalização Popular”, o evento quer, além do diagnóstico das obras de
revitalização do governo, apontar outras formas de revitalização.
Representantes
de todos os cinco estados da bacia do rio São Francisco (Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), de movimentos sociais e de povos
tradicionais (indígenas, quilombolas, pescadores) estarão presentes. O
encontro também terá a participação de Roberto Malvezzi, assessor da
Comissão Pastoral da Terra, especialista em temáticas sócio-ambientais.
Obras de Revitalização
A
temática da revitalização é retomada nesse encontro em meio à
constatação de que os projetos de revitalização, realizados pelo
governo, estão longe de verdadeiramente recuperar o rio São Francisco. O
esgotamento sanitário tem sido a principal ação do Estado, mas a
qualidade das obras é questionável. Em abril, o Ministério Público
Federal (MPF), no Pólo Petrolina/Juazeiro ajuizou ação civil pública
contra o município de Juazeiro, no norte da Bahia, pelo despejo de 45%
do esgoto da cidade diretamente no rio São Francisco, sem qualquer
tratamento prévio, apesar das vultosas verbas recebidas do governo
federal.
Em
Minas Gerais, nos municípios de Itacarambi e São Romão, após o abandono
das empreiteiras, é possível encontrar as ruas esburacadas devido às
obras de esgotamento sanitário incompletas.
Em
Três Marias, Minas Gerais, a poluição realizada, há mais de 40 anos,
pela empresa Votorantim, é responsável pela contaminação do rio por
metais pesados, como zinco, cádmio e cromo, como constatado em estudo
realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Algo que pode ser
comprovado com a morte de surubins, peixe símbolo do rio, percebida
rotineiramente pelos pescadores da região e mais recentemente em Ibicuí.
Restritos
às obras de esgotamento sanitário malfeitas, as ações de revitalização
do governo não combatem a diminuição da vazão do rio, que nos últimos 50
anos reduziu em 35%. A maior entre os rios da América do Sul, segundo a
Sociedade Metereológica Americana.
Revitalização Popular
Ao
contrário das obras governamentais que estão longe de cumprirem com a
promessa de recuperação do rio, iniciativas populares têm conseguido
bons resultados. Um dos mais bem sucedidos exemplos é a revitalização do
Rio dos Cochos, no município de Januária (MG). O afluente do rio São
Francisco foi recuperado a partir da organização comunitária local.
Na
manhã do dia 26 de maio, essa experiência e o território dos índios
Xacriabás, no município de São João das Missões, serão visitadas pelos
participantes do encontro, que terão a oportunidade de conhecerem
experiências bem sucedidas de convivência com o rio.
Sobre o Encontro Popular da Bacia do rio São Francisco
O
Encontro Popular da Bacia do rio São Francisco é um fórum de decisões e
discussões da Articulação Popular São Francisco Vivo, rede que reúne
mais de 300 entidades, na luta em defesa do Velho Chico e dos povos da
bacia. A terceira edição do evento acontecerá após três anos do segundo
encontro, realizado em agosto de 2009, na cidade de Juazeiro. Na ocasião
foram avaliados os quatro anos da Articulação e foram tomadas novas
diretrizes para a organização das lutas em defesa do rio São Francisco e
dos povos da bacia.
Serviço:
O quê: III Encontro Popular da Bacia do Rio São Francisco
Onde: CEDIF – Januária (MG)
Quando: 25 a 27 de maio, início às 8:30 horas.
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