Prefeito de Malhada pode ser cassado por possíveis irregularidades em sua gestão

por David Mendes
Prefeito de Malhada pode ser cassado por possíveis irregularidades em sua gestão
Vereadores acusam Valdemar Lacerda de praticar corrupção
O futuro político do prefeito de Malhada, Valdemar Lacerda Silva Filho (PMDB), está nas mãos dos vereadores do município do sudoeste baiano, que pretendem abrir um processo de cassação por possíveis irregularidades referentes ao exercício de 2010. No julgamento do último dia 22 de dezembro, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) rejeitou as contas do peemedebista, que pretende disputar a reeleição no pleito de outubro próximo, além de aplicar multa de R$ 2 mil e condená-lo a ressarcir aos cofres públicos R$ 13 mil. No parecer, o TCM apontou irregularidades como o não cumprimento da aplicação mínima do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e gastos excessivos com a folha de pagamento, que chegou a comprometer 61,57% do orçamento a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) permite apenas 54%. Mas, para o presidente da Câmara Municipal, Jorge Aragão (PT), o que ocorre atualmente em Malhada é mais grave do que o TCM conseguiu apontar. Em setembro do ano passado, cinco dos nove vereadores encaminharam à própria Corte e à Polícia Federal uma representação contra o alcaide, acusado de firmar inúmeros contratos, sem respaldos jurídicos e considerados ilegais. Entre as denúncias, os edis apontaram contratações irregulares de professores que até hoje recebem salários, mas estão fora das salas de aula. Entre os inúmeros casos, uma docente concursada é remunerada como Professor Nível I, mas dá expediente na Delegacia de Polícia da cidade como escrivã. Posto de combustível em Guanambi fornecia gasolina, óleo diesel e merenda escolar para Malhada.

Presidente da Câmara diz que caso em Malhada é para a Polícia Federal
 
Posto de combustível em Guanambi fornecia gasolina, óleo diesel e merenda escolar para Malhada
por David Mendes

Posto de combustível em Guanambi fornecia gasolina, óleo diesel e merenda escolar para Malhada
Posto recebeu em dois contratos R$ 1,3 milhão da prefeitura
No bojo das denúncias do presidente da Câmara de Vereadores de Malhada, Jorge Aragão, outro indício de irregularidade é o fato de a prefeitura ter passado a comprar combustível para abastecer a sua frota de veículos em um posto em Guanambi, município a 100 km de distância. Além da gasolina e do óleo diesel, que custaram aos cofres públicos R$ 800 mil em 2010, o Posto Guarujá venceu uma licitação em março de 2011, no valor total de R$ 534.672,54, para o fornecimento de gêneros alimentícios para a merenda escolar da Rede Pública de Ensino. “Muitas escolas nunca receberam a merenda escolar. Como é então que o aluno vai aprender com fome? A merenda é igual a o dinheiro do aposentado, todo mês o governo manda. E porque é que ele recebe, compra em um posto de gasolina e não fornece aos estudantes?”, questionou o petista, em entrevista ao Bahia Notícias. Os vereadores tiveram acesso ainda a talões de notas de ordem de fornecimento de material, assinados pelo prefeito, em que autorizava um suposto funcionário particular, Sebastião Santana Júnior, a retirar valores superiores a R$ 2 mil do posto, sem a discriminação do item a ser liberado. Somados, a monta das notas ultrapassa a cifra de R$ 200 mil. “A corrupção que está estabelecida hoje em Malhada é caso de Polícia Federal, que tem que ir lá e colocar o prefeito na cadeia. Existe desvio de recursos da merenda escolar, do transporte escolar e das reformas das escolas. A gente dorme e, de repente, quando acorda, já tem empresa de Guanambi que já ganhou licitações para fornecer materiais e serviços à prefeitura”, acusou. Para um prefeito ser cassado ou afastado do cargo, é preciso dois terços dos votos da Casa Legislativa, ou seja, bastam seis dos noves vereadores. Com base na Lei da Ficha Limpa, com a cassação, o alcaide ficará oito anos inelegível. A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito Valdemar Lacerda mas os telefones da prefeitura não foram atendidos.
 

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