Algodão do sudoeste da Bahia retoma produção

Foto: Blog do Latinha

Revitalizar a cultura do algodão no sudoeste da Bahia, desenvolvida basicamente pela agricultura familiar. Esse é o objetivo da Secretaria da Agricultura, que, por meio da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e da Empresa Baiana de Pesquisa Agrícola (EBDA), vem implementando ações como o Projeto Fitossanitário do Algodão. Na década de 80, a cotonicultura na região esteve no auge, com mais de 250 mil hectares cultivados e 220 mil empregos gerados. A cultura declinou devido ao surgimento de pragas e adversidades climáticas.

Atualmente, a área plantada no Vale do Iuiu é de 32,2 mil hectares, gerando aproximadamente 18 mil empregos na época da colheita. De acordo com Celito Breda, secretário executivo da Câmara Setorial do Algodão, “diante do potencial do vale, a área ainda é pequena, mas em relação à safra 2009/2010, que teve 13,6 mil hectares plantados, crescemos em um ano 136%”.

Segundo o secretário da Agricultura do Estado, Eduardo Salles, “o sudoeste já foi responsável pela produção do algodão do estado, e o governo trabalha para que a cultura retome o desenvolvimento nesta região, com sustentabilidade.

Nesta quarta-feira (17), a câmara setorial reuniu-se no plenário da Câmara de Vereadores de Guanambi para discutir questões como o controle do bicudo na entre safra, utilização de tubos mata bicudo, legislação fitossanitária para o sudoeste, a utilização de novas variedades de algodão, a erradicação de soqueira, além de alternativas para a tecnificação da cultura na região.

Uma das decisões tomadas foi a de solicitar ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a inclusão no Programa Mais Alimentos de equipamentos utilizados na cultura do algodão. O programa permite ao agricultor familiar financiar até R$ 100 mil para a aquisição de um facão a um trator, com juros de 2%, três anos de carência e sete anos para pagar. “Mas na Bahia o juro é zero para o agricultor, porque quem paga é o governo como forma de estimular a entrada da tecnologia nas pequenas propriedades”, disse Salles.

Novo laboratório 

Há pouco mais de dez anos, em meio à crise que atingiu a cultura do algodão no sudoeste, um laboratório denominado VHI, equipamento, importado, que mede a intensidade do volume da pluma de algodão, ficou subutilizado, sendo passado para os produtores do oeste, que já estavam tendo sucesso com o algodão.

Agora, tornando-se um marco da retomada do algodão do sudoeste, o Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) resolveu destinar para o sudoeste uma das duas máquinas novas que está adquirindo. O laboratório tem o custo médio de R$ 700 mil, incidindo 17% de imposto de importação. Para viabilizar a compra de outros equipamentos, a câmara setorial aprovou proposta no sentido de que sejam feitas gestões junto à Secretaria da Fazenda para que o equipamento seja isento do imposto.

Para a próxima safra, o sudoeste precisará de cerca de 60 toneladas de sementes e uma grande parte será encaminhada pela Associação Baiana de Produtores e Algodão (Abapa). A presidente da entidade, Isabel da Cunha, e o presidente do Fundeagro, Ademar Marçal, membros da câmara setorial, também participaram da reunião, garantindo apoio das duas instituições à revitalização do algodão do Vale do Iuiu.

Dia de campo 

Nesta quinta-feira (18), a Adab e a EBDA promovem o IV Dia de Campo Algodão Sustentável, no Centrevale, em Palmas de Monte Alto, dando sequência ao II Seminário do Vale do Iuiu, realizado nesta quarta, em Guanambi. Durante o evento, os produtores receberão informações sobre defesa agropecuária e manejo dos cultivares, em cinco estações.

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