Princípio de inundação assusta Guanambi

A cidade de Guanambi acaba de revelar algo muito preocupante: O seu despreparo para enfrentar dias continuados de chuvas. Desde 1992 Guanambi não via tanta água como viu no último domingo quando uma enchente invadiu parte da cidade, provocando estragos e apreensão em muitas famílias. Os dois riachos que cortam a cidade, riacho dos Brindes e Riacho do Belém, ambos afluentes do Rio Carnaíba de Dentro, transbordaram e jogaram muita água além de suas margens inundando vias públicas, residências e estabelecimentos comerciais em áreas próximas ao Parque da Cidade, UNEB, Avenida Sandoval Moraes no Bairro Brindes e região da Codevasf. Além desses locais, no dia de ontem foram registrados alguns alagamentos de residências no Bairro São Sebastião, com o enchimento de uma lagoa tem na área e os moradores reclamaram, que lá os problemas foram provocados por que os pontos de escoamento e deságüe da lagoa foram fechados. É fácil constatar a falta de infra-estrutura de Guanambi para enfrentar períodos chuvosos, especialmente por conta dos erros grosseiros que vem sendo praticados pelos especuladores imobiliários, com a anuência da Prefeitura, com o aterramento de lagoas, entupimento de bueiros, desvio de curso de águas e até estreitamento do curso dos riachos acima citados. É bem verdade que há problemas estruturais antigos, como a construção de inúmeras edificações sobre o Riacho do Belém, desde o Bairro São Francisco até a Praça da Feira; como o sistemático estreitamento do Riacho dos Brindes desde o Parque da Cidade até a Ponte de D. Dedé (esse mais recente), mas a grande verdade é que muito embora a cidade disponha de um Plano Diretor, esse foi elaborado seguindo algumas conveniências e interesses políticos, evitando a discussão mais profunda sobre a ocupação regular do espaço urbano, pois o assunto conflitava com os interesses imobiliários de quem estava no poder. Felizmente um dos graves problemas de alagamentos, provocados pela vazão da lagoa do Clube de Campo, que inundava boa parte da Rua Humberto de Campos, foi resolvido pelo Prefeito Charles Fernandes com a construção de uma grande galeria na forma de boca de lobos, devolvendo o excesso de água da Lagoa para o seu curso natural, que é o Riacho do Belém, no trecho do Canal que passa embaixo do Prédio da Faculdade Guanambi. É fácil prevê que algumas áreas mais baixas da cidade vão ter problemas com alagamentos quando chover um pouquinho mais, justamente porque a ganância e especulação imobiliária não pouparam essas áreas. Esse seguramente é um problema que a Prefeitura de Guanambi vai ter que enfrentar mais cede ou mais tarde. Pelo menos o Presidente da Câmara Hugo Costa manifestou preocupação com esse assunto, no seu primeiro discurso como presidente do legislativo. As imagens fortes desse domingo são fortes e representam um alerta de que alguma coisa é preciso ser feita.

Texto: Zé Roberto News

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