Greve da construção chega ao fim após 33 dias
Karina Baracho - Tribuna da Bahia
Depois de 33 dias de paralisação, os operários da construção civil decidiram acabar com a greve iniciada no dia 10 de fevereiro último. A decisão aconteceu no final da tarde de ontem, durante assembleia realizada pelo sindicato dos Trabalhadores, da Indústria, da Construção Civil e da Madeira do Estado da Bahia (Sintracom). A partir de hoje, os trabalhadores retornam ao campo de trabalho.
Na assembleia que aconteceu no Largo de São Bento, foram apresentados aos funcionários da construção civil os prós e os contras da proposta dada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), uma espécie de acordo entre o laboral e o patronal. “Nos foi oferecido, através do Tribunal Regional do Trabalho, um aumento de 10% agora em março e outro de 1% em junho. E dos dias parados nós pagaríamos 60% e 40% ficaria com as empresas”, disse o presidente do Sintracom Luis Carlos Belon.
De acordo com ele, o objetivo do sindicato foi apenas o de mediar as negociações. “Mas a decisão foi dos trabalhadores”, acrescentou. Os funcionários exigiam inicialmente reajuste de 20%, o patronal ofereceu 6,47%, então os trabalhadores reduziram o valor para 15%. Ainda sem entrarem em nenhum acordo as duas classes resolveram ir para os tribunais e receberem uma decisão da Justiça sobre a situação.
Durante a greve, muitas rodadas de negociações aconteceram entre as classes envolvidas e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) também fez mediações. Pelo menos 99% dos funcionários das construções de grande porte da capital baiana aderiram à paralisação, o que atrasou em pelo menos 30 dias a entrega dos empreendimentos e desesperou os compradores dos imóveis.
Os funcionários chegaram a aceitar a proposta da mediação da SRTE de reajuste salarial de 8% a partir de 1º de janeiro e mais 4% a partir de 1º de março, num total de 12%, desde que os patrões respeitem a proporcionalidade das horas extras, na compensação dos dias parados. Mas os empresários do setor não concordaram com a proposta e continuaram a oferecer 6,47% de reajuste, que seria a reposição da inflação do período, além da compensação de todos os dias parados.
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