Assistência da EBDA amplia produção leiteira da agricultura familiar

A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), presta Assistência Técnica em Extensão Rural (Ater) e faz o acompanhamento de pequenas fazendas que exploram gado de leite, com uso intensivo de pastagens e ênfase na inclusão do agricultor familiar no mercado leiteiro baiano.

Nos dois últimos anos, a EBDA atendeu a mais de 2.800 agricultores familiares e registrou um aumento de 20% a 100% na produção de leite dos produtores assistidos.

Incremento de 120%

Dentre esses agricultores, 262 foram assistidos de forma intensiva com visitas mensais e com tecnologias que têm contribuído para o aumento da produtividade leiteira das pequenas propriedades. O benefício contempla, inclusive, áreas de assentamento, onde a produtividade tem alcançado índices bem mais expressivos, como em Itabuna, Teixeira de Freitas e Alagoinhas.

A zootecnista Isa Porto, chefe da Divisão de Gado de Leite da EBDA, informou que os resultados foram impactantes. Nesses municípios, o incremento médio foi de 60%, em propriedades assistidas de forma intensiva, havendo casos de incremento de até 120%.

Segundo o diretor de Pecuária da EBDA, Elionaldo de Faro Teles, a produção de leite na Bahia é, em grande parte, proveniente de agricultores familiares, pulverizados em praticamente todo o território baiano, com baixo uso de tecnologia, o que dificulta a inserção no mercado, tanto pela qualidade do produto como pela quantidade disponibilizada.

“Os resultados alcançados devem-se, principalmente, à utilização de tecnologias simples, de fácil acesso ao agricultor familiar”, explicou o diretor.

Para Cândido Nunes de Vasconcelos, engenheiro agrônomo e um dos coordenadores do programa, a estratégia usada pela extensão visa melhorar os níveis de produção e produtividade das pastagens e dos rebanhos, com Ater de qualidade, em ações como correção e adubação dos solos, subdivisão das pastagens, implantação de áreas de capineira e de cana-de-açúcar, para suplementação alimentar dos animais em período de escassez de pastos, manejo das pastagens e controle leiteiro individualizado.

“Estas e outras medidas contribuíram para um incremento médio de 60% na produção de leite e de mais de 100% na capacidade de suporte das pastagens, nas propriedades assistidas intensamente”, assegurou o agrônomo.

Capacitação

A EBDA intensificou a capacitação de seus técnicos, para que possam promover, junto aos agricultores familiares, as mudanças necessárias em seus sistemas de produção e possibilitem a exploração racional e uma atividade econômica e ecologicamente sustentável. Foram capacitados 156 técnicos em nutrição animal, manejo animal e das pastagens, sanidade animal, qualidade do leite, formação de reservas estratégicas, entre outras.

O melhoramento genético de raças bovinas leiteiras, ajuste das estações para atender à agricultura familiar, produção orgânica de leite com aspectos de sanidade que envolvem a homeopatia e a fitoterapia, pesquisas para adubação de pastagens, controle de formigas cortadeiras e introdução de animais de linhagem leiteira são ações adotadas para contribuir com a melhoria da produção e produtividade dos rebanhos.

O rebanho bovino estadual é constituído por cerca de 10,3 milhões de animais. Em relação ao número de vacas ordenhadas, a Bahia ocupa o terceiro lugar, perdendo apenas para Minas Gerais e Goiás, e embora seja o sétimo estado maior produtor de leite do país, em termos de produção, por vaca ordenhada/ano, ocupa o 22º lugar.

A EBDA desenvolve estratégias para elevar nível tecnológico dos produtores e viabilizar o acesso ao crédito rural assistido, e inserir a agricultura familiar no negócio Leite com competitividade.

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