Serra e sua pose de bom moço


Governador de São Paulo por mais 13 dias quando se desincompatibiliza para concorrer ao Planalto como o nome da oposição, José Serra diz que não é candidato e que tem que governar o Estado. Isso depois de armar sua candidatura a presidente desde o primeiro dia em que tomou posse na prefeitura de São Paulo (01.01.2005), de ter usado esse cargo que abandonou para disputar o governo, e como todos sabem, ter lutado todos os dias como governador para viabilizar sua postulação à presidência esmagando autoritariamente os concorrentes.

O ex-governador tucano Geraldo Alckmin que o diga. Foi liquidado na campanha para prefeito em 2008 já que Serra, toda a máquina do governo e o PSDB o abandonaram e apoiaram a reeleição de Gilberto Kassab.

Inclusive Serra fez de tudo para seu arquiinimigo do passado e razão de ser da fundação do PSDB, ex-governador Orestes Quércia (PMDB), apoiasse Kassab e indicasse seu vice em troca cargos no governo estadual depois da eleição naquele ano.Hoje Kassab é o maior opositor da candidatura Alckmin a governador. Gostaria de ser ele o candidato, mas frente ao fracasso de seu governo, apoia o nome do chefe da Casa Civil de Serra, Aloysio Nunes Ferreira Filho.

Serra fez o mesmo com seu colega tucano, governador de Minas Aécio Neves. Além de controlar nacionalmente a máquina tucana - o que lhe é fácil, já que ela não tem militância e vida partidária real, só eleitoral, parlamentar e de governo - solapou como pode a pré-candidatura mineira.

Na surdina e nas sombras, a conspiração contra a greve


Com sua máquina de propaganda, a maior já montada no Estado (é só ver as empresas de publicidade que trabalham para o Estado, a prefeitura da capital e o PSDB ao mesmo tempo) fez de tudo para esvaziá-la. Divulgou notinhas caluniosas e inventou fatos até conseguir que Aécio desistisse da prévia que propôs e podia vencer, e saisse candidato a senador-MG.

Nesses últimos tempos Serra, ao contrário do que diz, só fez pré-campanha para presidente. Inaugurou até mesmo maaquete! Percorreu o Brasil e multiplicou por dez a propaganda oficial em todo o país. Basta ver os ridículos anúncios nacionais da Sabesp, desmentidos pelos fatos - as enchentes; a péssima situação da saúde; a atual greve dos professores; os péssimos índices da Educação; a insegurança que reina nas cidades; e a falta total de um programa de desenvolvimento para o Estado.

Serra impôs candidatos nos Estados; fez e desfez alianças; e buscou um vice desesperadamente. Mas, com o apoio da grande midia (que finge acreditar e passa sem questionar essa dissimulação à opinião pública) continua dizendo que não é candidato e não faz campanha, o que dá bem uma idéia de quem é Serra, como age e como governa.

Os 210 mil professores de São Paulo em greve há duas semanas que o digam. Nada de diálogo, negociações ou proposta de acordo, só repressão e propaganda contra, desqualificação e desprezo, ofensas e calúnias, golpes baixos.

Nada de política ou mesmo transparência nas decisões. Pelo contrário, tudo se resolve nas sombras e nos gabinetes, nas redações da midia, quando não nas salas escondidas onde se conspira contra uma greve, movimento justo e democrático. Um péssimo precedente.

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