Lula, Wagner e Geddel hoje em Itabuna
Fernanda Chagas
Pela terceira vez este ano, o presidente Lula desembarca em solos baianos. O detalhe fica por conta de o líder petista colocar mais uma vez o governador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), ambos pré-candidatos ao governo da Bahia, no mesmo palanque. Geddel, que até então não havia sido cogitado para compor com o grupo, teria sido convidado pelo Palácio do Planalto na última hora. Segundo circula nos bastidores, trata-se de mais uma tentativa do presidente Lula em apaziguar os ânimos que se acirraram com a proximidade das eleições. Em visita ao estado hoje, o presidente inaugura um trecho do Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste (Gasene), em Itabuna, e lança o edital de licitação para construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). O ato acontece em Ilhéus e conta também com a presença da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto. Ilhéus é o ponto final da ferrovia, que sai de Figueirópolis, no estado do Tocantins, e percorre 1,4 mil quilômetros, até chegar ao mar. No caminho, ela passa por 32 municípios baianos e cruza o estado de ponta a ponta, no sentido oeste-leste. A Fiol também liga a Bahia a outros estados, através do cruzamento com a Ferrovia Sul-Norte, que terá 3,1 mil quilômetros, entre Pará e São Paulo. Segundo Wagner, a Ferrovia Oeste-Leste será uma importante alternativa para o transporte de cargas, estimulando novos investimentos e potencializando as exportações baianas. “Esta é a maior obra de infraestrutura da história da Bahia. É a garantia do escoamento da produção agrícola e mineral e vai contribuir muito para o crescimento do estado”, afirmou. A Fiol entra na Bahia pelo município de São Desidério, na região Oeste, a 1,1 mil quilômetros de Ilhéus. Na zona rural do município, uma placa de madeira fincada no chão indica que aquele ponto faz parte da rota da Ferrovia Oeste-Leste no estado. A marcação é uma das poucas deixadas pelo trabalho de medição do projeto, que está concluído. Na região, a ferrovia servirá ao transporte dos produtos do agronegócio. Algodão, milho, café e soja, que tem a maior área plantada e este ano produziu uma safra recorde de 2,9 milhões de toneladas. Para o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, a Fiol vai aumentar a competitividade da agricultura baiana. “Só temos o modal rodoviário, e quando chega a safra, o frete dobra de preço, o que faz do transporte um dos nossos principais custos”, explicou. O projeto da Ferrovia Oeste-Leste foi desenvolvido pela Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa do Ministério dos Transportes especializada na construção de ferrovias. Ele foi inspirado no projeto desenvolvido pelo engenheiro baiano Vasco Neto, há cerca de 50 anos. Para realizar a construção, a obra foi dividida em três etapas: a primeira, entre Ilhéus e Caetité, tem 530 quilômetros; a segunda, entre Caetité, Barreiras e São Desidério, 413 quilômetros; e a terceira, de São Desidério a Figueirópolis (TO), 547 quilômetros. Serão oito etapas e hoje as duas primeiras serão lançadas. O trabalho começa em junho deste ano, assim que terminar o processo licitatório. A previsão é de que a primeira etapa esteja concluída no primeiro semestre de 2011. Com previsão de investimento de R$6 bilhões até 2012, a ferrovia deve gerar mais de 30 mil vagas de trabalho durante construção.Primeira etapa fica pronta em 2011
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