Em dia de Ibope aguado, Serra ouve Águas de Março


José Serra pendurou no microblog, na noite passada, a seguinte nota: “Neste 17 de março, Elis Regina faria 65 anos...”


“...Aqui, a interpretação mais que perfeita de Águas de Março”. Ele remete para o vídeo reproduzido no Blog de Josias de Souza. Começa assim:


“É pau, é pedra, é o fim do caminho/É um resto de toco, é um pouco sozinho/É um caco de vidro, é a vida, é o sol/É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol...”


Mais cedo, a web fora inundada pelos números do Ibope. Puxada pela correnteza Lula, Dilma Rousseff já respinga sua viabilidade na nuca do rival.


“É madeira de vento, tombo da ribanceira/É o mistério profundo, é o queira ou não queira/É o vento ventando, é o fim da ladeira...”


De 17%, Dilma ascendeu à casa dos 30%. De 38%, Serra escorregou para 35%.


“É o pé, é o chão, é a marcha estradeira/Passarinho na mão, pedra de atiradeira/É uma ave no céu, é uma ave no chão...”


De passagem por São Paulo, Nárcio Rodrigues, o presidente do PSDB-MG, entregou a Serra uma mensagem de Aécio Neves: conte com Minas.


"É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã/É um belo horizonte, é uma febre terçã...”


Em viagem aos Estados do Sul, Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, tenta ajeitar os palanques. Preve-se para 4 de abril a saída do quase-candidato do armário.


“Pau, pedra, fim, caminho/Resto, toco, pouco, sozinho/Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol...”


No pano de fundo da campanha, uma atmosfera de borrasca. Nos céus de São Paulo, um prenúncio de estiagem.


“São as águas de março fechando o verão/É a promessa de vida no teu coração”.


O barulhinho que você ouve ao fundo não é o som da chuva. É o ruído do Tom Jobim se revirando no túmulo.


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Escrito por Josias de Souza

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