Uma volta ao passado do CEG (Centro Estudantil de Guanambi)


CONFESSO QUE VIVI (*)

José Roberto Teixeira

Neste 25 de maio faz 25 anos que ouvi pela primeira vez os versos de Agostinho Neto em poemas de angola: “Não basta que seja pura e justa a nossa causa, é preciso que a pureza e a justiça existam dentro de nós”.

Era o nascimento do CEG - Centro Estudantil de Guanambi, o mais vibrante movimento sócio/político/cultural vivido por nossa juventude em 80 anos de história. O sentimento incontido de justiça falou alto nos becos, ruas e calçadas, nos bares, lares, salas de reuniões... era uma espécie de contágio que exaltava a juventude, punha dignidade em seus gestos e vozes, altivez e razão em seus atos. O CEG foi para Guanambi o que foi a conquista da democracia para o Brasil, é por isso que costumamos dizer, que aprendemos respirar democracia antes mesmo dela existir.

Da época tiramos lições verdadeiras de civismo e cidadania, aprendemos amar o Brasil questionando a repressão e amando a liberdade.
Buscamos a identificação, amando primeiro o que tínhamos de melhor, para depois amar o melhor dos outros; buscamos do fundo dos tempos tradições legítimas, sentimentos verdadeiros e colocamos um riso largo e prazeroso na boca do povo. Nos primeiros raios do sol trouxemos de volta a marujada, os folguedos, cantigas, as serenatas e quando a lua derramou sua prata recontamos nossas histórias e revivamos nossos sonhos embrionários.

Preparamos o amanhã com a certeza de que estaríamos presentes nele.
No CEG aprendemos que os guerreiros não devem perder a ternura jamais, aprendemos lutar com bravura contra os que maltratam e oprimem o povo é tarefa de ser humano, de companheiro, de irmão do mesmo pelejar.

O romântico não era ser contra o governo, mas lutar pelo governo que a gente acreditava.
Nas paredes escrevemos nossa história enquanto a cidade dormia e quando o sol chegou de manhã já havíamos preparado o novo dia.

No seio do povo havia muitas interrogações, mas construímos uma grande certeza que o tempo jamais apagará: Depois do CEG Guanambi nunca mais foi o mesmo!

(*) Crônica escrita na comemoração dos 80 anos de emancipação de Guanambi.

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