DEBATE PCdoB: A Saúde e o SUS

Palestra sobre a importância do SUS - Dr. Adson Roberto França
Palestra sobre a deficiência do PSF em Salvador - Dr. Alfredo Boa Sorte Júnior
Saúde terá destaque na proposta do PCdoB para Salvador

No debate realizado pelo Comitê Municipal do PCdoB, nesta quinta-feira (15/5), ficou evidente que a saúde precisará de atenção especial do próximo prefeito de Salvador. As exposições dos palestrantes e intervenções do público demonstraram a fragilidade da cobertura do setor público na cidade e a necessidade de mais investimentos na área. O evento aconteceu no Hotel da Bahia, no Campo Grande.

O evento reuniu especialistas no tema

O encontro é parte do Ciclo de debates “Salvador: Desafios de uma gestão pública democrática” organizado pelo PCdoB, para construção da proposta de programa de governo para a pré-candidatura de Olívia Santana à Prefeitura. “A idéia é possibilitar a interação entre técnicos de diversas áreas de conhecimento e a população, para que juntos façam um diagnósticos e proponham soluções para os principais problemas urbanos da cidade. Hoje discutimos saúde, na próxima segunda-feira o tema será transporte e acessibilidade. Quarta-feira trataremos de um tema transversal a todos os outros, que é finanças e legislação tributária. Se o nível dos debates forem iguais aos já realizados até o momento, teremos um grande programa de governo”, afirmou o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.

Galindo foi o responsável pela abertura do debate. A vereadora Olívia Santana, que dirigiu os trabalhos, foi a primeira a falar sobre a importância de conhecer as demandas do povo para a sua candidatura. “Assumimos o compromisso de levar para as ruas a proposta do PCdoB para Salvador. Por isso, decidimos usar a pré-campanha para levantar dados sobre a cidade, afim de municiar não apenas minha candidatura à Prefeitura, mas também fornecer subsídios para que os candidatos à vereador possam falar com conhecimento de causa aos eleitores. Os comunistas não querem apenas disputar as eleições, mas contribuir para a solução dos problemas da população”, declarou Olívia.

Universalização da saúde

As exposições sobre saúde começaram com a intervenção do diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Adson Roberto França, que falou da importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para a universalização do acesso ao serviço no país. Ele lembrou das dimensões do sistema, que completa 20 anos e é responsável pelo atendimento à 70% dos brasileiros. França afirmou ainda que Salvador está atrasada no processo de instalação do Programa Saúde da Família (PSF), que é essencial no combate a problemas como a mortalidade infantil. “A saúde pública em Salvador é ruim, porque, entre outras coisas, a Prefeitura não cumpre a obrigação constitucional de investir 15% do orçamento em saúde. Há também a terceirização dos programas de atenção básica que depõe contra a cidade”, disse Adson França.

O médico ginecologista mostrou ainda uma grande preocupação com o alto índice de mortalidade materna em Salvador. “Estes índices crescem principalmente entre a população mais pobre, onde as mulheres não têm acesso ao planejamento familiar, nem acompanhamento médico após o pré-natal. A peregrinação por vagas para parir é responsável pela morte de muitas mulheres. Somam-se a isto, os óbitos decorrentes de complicações por abortos clandestinos e temos o maior número de mortes maternas do país. O mais cruel, é que a maior parte delas seria facilmente evitada”, declarou França.
Os aspectos desumano e cruel da falta de assistência médica entre a população mais pobre foram ressaltados também pelo superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Alfredo Boa Sorte. Ele falou ainda da deficiência do PSF em Salvador, que atinge apenas 17% das famílias, da falta de financiamento específico para a saúde e da dificuldade enfrentada pelos secretários municipais de saúde em administrar o fundo municipal de saúde. Para Alfredo, os desafios da nova administração passam pela ampliação da cobertura do PSF, a contratação de mão obra especializada para gerir a saúde, além da busca de recursos para as unidades de urgência e emergência.
Fonte: Portal Vermelho - Bahia

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