POLÍTICA



Pelegrino lança três nomes para a sucessão da prefeitura. Um é o seu
Foto: Iracema Chequer / Agência A Tarde


Pelegrino defende frente de esquerda para as eleições municipais

Levi Vasconcelos, do A Tarde

No embalo das discussões geradas pelo posicionamento do prefeito João Henrique (PMDB) – na terça sugeriu que os partidos aliados insatisfeitos com o seu governo peçam para sair – , o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) entrou em cena. Defendeu nesta quarta a formação de uma frente de esquerda integrada por seu partido, PSB, PCdoB, PPS, PV e até o PDT, colocando três nomes como possíveis cabeças numa chapa nas eleições deste ano: a dele, o da deputada Lídice da Mata (PSB) e o da vereadora Olívia Santana (PCdoB).

Pellegrino, que disputou as três últimas eleições em Salvador, perdendo duas para o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB) e a de 2004, no primeiro turno, para João Henrique (então PDT) e César Borges (então PFL, hoje PR), sempre defendeu o rompimento do PT com João Henrique e o lançamento de candidatura própria, a despeito de tal opção ameaçar a coalizão original (da campanha) que sustenta o governo Jaques Wagner.

“Quem quer apoio tem que admitir apoiar. Me coloco como opção. Em 2004, tive 22% dos votos na coligação PT, PCdoB e PV. Lídice teve 9% na aliança PSB, PMDB e PPS. Hoje o cenário é mais favorável”, disse ele, que pela primeira vez admite outra candidatura que não a dele como alternativa a João Henrique.

Lídice – A posição defendida por Pelegrino robustece a segunda das três hipóteses colocadas antes do final do ano passado pelas forças de esquerda que apóiam Wagner para as eleições deste ano em Salvador; primeira, todos permanecerem unidos no apoio ao prefeito João Henrique; segunda, deixar o prefeito de lado e construir outra candidatura unindo o que for possível; terceira, desmantelar tudo e cada um lançar o seu candidato.

A tese ganhou força durante as discussões e após a votação do PPDU na Câmara de Vereadores. A deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB e mais votada em Salvador nas eleições do ano passado, defensora da unidade em torno de João Henrique, procurou o prefeito e o ministro Geddel para comunicar que os três vereadores do seu partido iriam votar contra e ao mesmo tempo colocar os cargos à disposição para evitar constrangimentos. Após a votação, Lídice declarou que João Henrique “guinou à direita”. Agora ela é o pomo da disputa entre o PMDB e a ala do PT que prega a candidatura própria, liderada por Pelegrino, com o detalhe: o seu próprio partido, o PSB, está dividido.

O vereador Celso Cotrim anunciou nesta quarta que vai defender que o PSB rompa com João Henrique. “Fui da base do prefeito até a votação do PPDU. Mas depois de observar os métodos não-republicanos, com a cooptação desenfreada e a aliança com a extrema direita, fatos que desmoralizam qualquer um que tem histórico nas lutas democráticas, me declarei oposição e vou defender que o PSB saia, já que o prefeito não tem coragem de demitir, apesar de a Secretaria de Emprego e Renda (ocupada por Paulo Mascarenhas, do PSB) ser uma das mais produtivas do município”, disse ele.

Lídice da Mata disse que o momento é de reflexão. Ela não vestiu a carapuça com o ultimato de João Henrique. Lembrou que já havia colocado os cargos à disposição, mas assinalou que, como o prefeito colocou a questão publicamente, será obrigada a convocar o partido para uma avaliação. Admite, todavia, que está “cada dia mais difícil” manter a aliança com o prefeito.

Fonte: Jornal A Tarde - Online

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