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Embrapa desenvolve mandioca rica em betacaroteno, ferro e zinco

Em dois anos, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas/BA) prevê o lançamento de híbridos de mandioca para mesa mais ricos em betacaroteno, ferro e zinco. A perspectiva toma por base a seleção e o melhoramento genético de 18 mil híbridos que levou aos 60 melhores com características de alta concentração de betacaroteno, precursor da vitamina A, e baixos teores de ácido cianídrico nas raízes.

Estas características tornam os híbridos ideais para mesa, condição que amplia a oferta de micronutrientes durante o consumo. O trabalho está ligado aos
Programas HarvestPlus e AgroSalud para biofortificação de alimentos cuja coordenação no Brasil é da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ).

Dos 60 híbridos, 9 já estão em testes em áreas de produtores no Ceará, Bahia e Pernambuco e Maranhão. De acordo com a pesquisadora Wania Fukuda, da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, nos últimos dois anos, o melhoramento permitiu triplicar o teor de betacaroteno nas raízes da mandioca elevando de 4microgramas/g de betacaroteno identificados em variedades como a Dourada e a Gema de Ovo, lançadas há 2 anos, a híbridos com teores de até 12 microgramas/g de betcarotenos.

São mandiocas de polpa amarela, macias, pouco fibrosas, de sabor agradável, cozimento rápido e produtivas. Na condição de mesa, retém até 86% do betacaroteno, o que amplia a oportunidade de ingestão de vitamina A.

“A mandioca brava (alto teor de ácido cianídrico) destina-se apenas à produção de farinha e o processamento da farinha degrada os micronutrientes. Em 15 dias, os micronutrientes desaparecem do produto”, afirmou Wania justificando a opção pela mandioca de mesa (mansa). Estas pesquisas estão sendo partilhadas com países africanos nos quais a mandioca é uma cultura muito presente.

Farinhas enriquecidas

Um outro braço do HarvestPlus e AgroSalud busca a inovação no processamento da farinha de mandioca de forma que esse alimento conserve micronutrientes como ferro, zinco e pró-vitamina A. Dessa forma, essa nova farinha poderá ser incorporada em produtos derivados como pães, bolos e macarrões tornando-os mais nutritivos.

A ação é foco da Clayuca (Consórcio Latino-americano do Caribe para Apoio, Pesquisa e Desenvolvimento da Yuca) cuja sede fica na Colômbia. Yuca
significa mandioca. O consórcio atua com empresas públicas e privadas em 8 países: Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Nicarágua, Costa Rica, Haiti e
México. Em parceria com a Embrapa Agroindúsria de Alimentos, a Clayuca tem desenvolvido novos protocolos para processamento de farinhas de mandioca e batata-doce e já obteve um produto com 80 microgramas/grama de betacaroteno. A aceitação e a eficiência dos produtos derivados, como pães
e bolos, serão testados em 2008 junto a lactantes e crianças na Colômbia e na Nicarágua. De acordo com os resultados, a inovação será repassada aos
parceiros do projeto.

Fonte: Embrapa

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