PÓS-VOTAÇÃO


Direita continuará atacando base do governo, avalia senador

Os parlamentares e a mídia devem respeitar a decisão do Senado em absolver o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Essa é a compreensão do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que credita à direita, em parceria com a mídia conservadora, a transformação do processo de Renan em embate político, na tentativa de desgastar a base do governo na Casa. O parlamentar afirma que esse confronto será permanente no Senado. “Se não for com Renan, será com outro”.

Inácio avalia que o julgamento do senador Renan Calheiros representa uma batalha política travada no país entre os setores mais conservadores da vida política brasileira e a base governista. “Os parlamentares do PSDB e do DEM agiram sempre no sentido de transformar o debate em torno do caso Renan num enfrentamento político e não no exame do processo”.

“A direita busca meios para desestabilizar a base governista. Como no Senado o governo tem mais dificuldade em conseguir apoio, é exatamente nessa Casa que eles tentaram nos desestabilizar. A oposição considerou que tinha condições não só de derrotar o Renan, como também fazer seu sucessor”, fala o congressista.

Ele ressaltou que o resultado do julgamento é o reflexo da falta de consistência do processo. Inácio acha que a “pressão da mídia de direita foi muito grande sobre o Senado, e isso vai se manter”. Acrescentou que ela utilizou todos instrumentos de que dispunha, os mesmos que foram usados com o presidente Lula antes e durante a eleição.

Governo Lula

Como no governo Lula o Brasil teve grandes avanços e conta com uma ampla aprovação popular, o comunista acha que a mídia reavaliou sua posição e direcionou sua artilharia para nomes importantes da base governista.

“Acho que nós que atuamos na base do governo temos que ter muita serenidade para compreender a batalha política, para não enveredarmos num discurso oportunista, praticado por setores ponderáveis da mídia brasileira”, alerta Inácio.

Novas investidas

A votação desta quarta-feira (12) considerou apenas uma das quatro denúncias que marcaram os últimos três meses do presidente do Senado. Em 25 de maio deste ano, a revista Veja tentou mostrar que Renan teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

Na segunda denúncia, Renan Calheiros é acusado de ter intercedido junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e à Receita Federal em nome da Schincariol. A denúncia está no Conselho de Ética e tem como relator o senador João Pedro (PT-AM).

Em 4 de agosto, a revista trouxe novas acusações contra Renan. Desta vez, a suspeita é de que o senador seria sócio oculto de duas emissoras de rádio em Alagoas. Laranjas teriam participado do negócio de R$ 2,5 milhões em nome de Renan.

A última acusação foi feita por Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma assessora do presidente do Senado, em 31 de agosto. Segundo Lins, o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho (seu ex-sogro) operava esquema de arrecadação para o senador em ministérios comandados pelo PMDB.

Com o resultado de quarta-feira, diversos senadores afirmaram que Renan ganha fôlego e os processos e as acusações perdem força.

De Brasília
Alberto Marques
Com agências

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