OPOSIÇÃO


Ato do "Cansei" termina com "Fora Lula!" e 2 mil pessoas

Com o já tradicional lema "Fora Lula!", o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, mais conhecido como "Cansei", concluiu nesta sexta-feira (17) seu segundo ato público em São Paulo, rápido, frio e bem menos numeroso que o primeiro, no último dia 29. Para a Polícia Militar, havia 4 mil pessoas. A imprensa deu 2 mil. Outras testemunhas contaram mil, participantes, e mais mil curiosos, que circulavam pela Praça da Sé no horário do almoço.

Manifestantes do "Cansei": estacionamentos cheios Um possível motivo da desmobilização, apesar do reforço de artistas, ricos e famosos, foi a menor utilização do acidente do vôo 3054 da TAM. A data do ato foi escolhida expressamente para lembrar um mês da tragédia, mas as dezenas de parentes das vítimas, vindas de todo o país, não puderam subir no palanque e nem falar. Nem a presença do grupo foi citada pelos oradores.

Famílias das vítimas: "Fomos usados"


"Disseram que o palco estava cheio e que poderia cair se subíssemos. Estava cheio de artistas e seguranças. Nós éramos quem deveria estar lá em cima", queixou-se a gaúcha Luciana Haensel, filha de Ângela Haensel, passageira do Airbus. "Fomos usados por este movimento", denunciou Ana Queiroz, mãe de Arthur Queiroz, também vítima do acidente, que veio do Recife para o ato.

O empresário João Dória Jr, presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e impulsionador do "Cansei", pediu desculpas aos familiares. Disse que a intenção era deixar dois deles terem acesso ao palco, mas o ato foi encerrado antes que eles pudessem se manifestar.

Outro ausente no ato do "Cansei" foi o episódio que indispôs os piauienses com um de seus líderes e financiadores, Paulo Zottolo, presidente da sucursal brasileira da multinacional holandesa Philips. Na véspera, o jornal Valor Econômico publicara entrevista onde Zottolo reclamava do "marasmo cívico" do Brasil, e afirmava: "Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado", dizia. A declaração provocou tamanha revolta, em piauienses e outros brasileiros, que no fim do dia o executivo teve de se retratar. Mas os oradores da Sé preferiram silenciar sobre o assunto.

Tampouco se falou da proposta inicial, lançada no dia 29, de se fazer "um minuto de silêncio em todo o Brasil", como forma de protesto. O minuto, respeitado em atenção às vítimas do acidente da TAM, ficou mesmo restrito aos manifestantes da Praça da Sé.

D'Urso diz que não ouviu o "Fora Lula!"

No palco estavam a apresentadora Hebe Camargo, o nadador Fernando Scherer, a cantora Vanderléia. O cantor Agnaldo Rayol cantou o Hino Nacional no final da rápida cerimônia. E ainda a presença de Ivete Sangalo, rainha do axé, que parece ter ajudado a atrair os curiosos que circulavam pela Sé. Na platéia não havia tantos famosos, mas os ricos eram numerosos. Os estacionamentos em torno da praça ficaram lotados de carros de luxo.

Sacerdotes das igrejas Católica, Metodista e Evangélica rezaram uma missa ecumênica, também com poucos minutos de duração. Mas o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, não abriu as portas da Catedral da Sé para o "Cansei", como era a intenção dos organizadores, deslocando o ato para a praça em frente.

Os gritos de "Fora Lula!" foram puxados a partir do palco, no fim da manifestação. Mas o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP), Luiz Flávio Borges D'Urso, que abriu a lista de oradores e coordena o "Cansei", disse não ter ouvido. "Só ouvi as pessoas cantando o Hino Nacional brasileiro", desconversou D'Urso.

Gavião: "Essa gente pegou o caminho de casa"

Testemunhas dos dois atos do "Cansei" paulistano, no dia 29 e hoje, fizeram uma comparação entre os dois. Primeiro, mudou o tamanho, já que o primeiro teve 3 mil pessoas, ou 6 mil, segundo a imprensa (a PM não fez o cálculo).

Mas mudou também a atitude. "O outro foi bem mais raivoso. Agora, parece que essa gente pegou o caminho de casa; o movimento não está pegando", diagnostica Marcelo Gavião, coordenador nacional da UJS (União da Juventude Socialista), que acompanhou as duas manifestações.

Da redação, com agências

Fonte: Portal Vermelho - PCdoB

Comentários

Anônimo disse…
Caros Blogeiros, desculpe por postar aqui este trabalho literário, não tem muita relação com a notícia, mas não deixa de ser muito interessante também.


ACM no outro mundo

I
Numa sessão em Angola,
O meu amigo Raimundo
Recebeu alma penada
Que num contar bem profundo
Narrou a fundo a chegada
De ACM no outro mundo.

II
Todo vestido de branco,
Pois já tinha trocado o terno,
ACM se postou
Na entrada do inferno
Para onde foi direto
A mando do Pai Eterno.

III
Carregando água de cheiro,
Viu-se um cordão de baianas
Esperando o grande líder
Numa comitiva bacana
Com mais de 100 deputados
E um cão comendo bananas.

IV
Apareceu Lúcifer:
Com um chicote na mão
E a cara muito amarrada,
Foi logo dizendo, então,
Que entre o babalaô,
Hoje tem reunião.

V
Duma grande mesa de ferro
Já foram se aproximando.
Na cabeceira da mesa,
ACM foi sentando;
Lúcifer deu um pinote
E começou protestando:

VI
- Aqui, quem manda sou eu,
Eu sou o rei da folia!
Pra comer acarajé
Tem de pedir à minha tia.
Já falei pra Juraci
Que aqui não é a Bahia!

VII
ACM não falou
Durante a reunião,
Fingiu concordar com tudo
Que viu na resolução,
Disse: “Tou com Lúcifer,
Vou apertar sua mão”.

VIII
Junto com seis senadores
Começou a passear,
A cumprimentar o povo
Que encontrou no lugar,
Nas esquinas do Inferno
Desandou a discursar.

IX
Lúcifer tava dormindo,
Acordou de supetão,
Pela brecha da janela
Viu muita aglomeração
E ao redor de ACM
Toda espécie de cão.

X
“O Inferno está sem graça”;
“Queremos animação”;
“Lúcifer é um moleza,
Não rouba nem tem ação”
- assim pediam nas faixas
Do diabo a deposição.

XI
Lúcifer inda propôs
Dois turnos de eleição,
ACM fincou pé
Que não aceitava, não,
Pois a vontade do povo
Pedia deposição.

XII
Lúcifer sai correndo,
Pulou um grande portão,
Encontrou do outro lado
Seu amigo Lampião.
Disse: “O homem tá com a gota,
Quer fazer revolução!”

XIII
- A hora é de resistir –
Exclamou Chico Pinguelo.
- Vamos botar pra feder –
Animou-se João Tranguelo.
- ACM hoje vai ver
Como se come farelo!

XIV
Aí, começou uma guerra
(Cacete de cão com cão):
A turma de ACM
Deitou abaixo o portão,
Tinha até uma quitandeira
Com uma vassoura na mão.

XV
No exército de ACM
Se viam até generais;
Lúcifer tinha cangaceiros
Que não acabavam mais
Pra defender o portão,
Reduto de Satanás.

XVI
O grande Lucas da Feira
Se agarrou com Pinochet,
Arrancou o seu bigode
Com uma agulha de crochê,
Deu uma facada em Videla,
Botou Médici pra correr.

XVII
O Cão-Coxo de um pinote
Uma tora de pau pegou,
Zuniu a tora no vento
Chega a direção mudou,
Meteu em Garrastazu,
A tora pegou no sul
Que o norte sentiu a dor.

XVIII
ACM quase morre
Na volta de Cão-Ligeiro,
Escapou manco de uma perna
Por dentro do marmeleiro,
Escoltado por uma diaba
Com um pau de bater tempero.

XIX
Corisco acertou um tiro
No general Golbery;
Castelo Branco, com medo,
Começou fazer xixi;
Lampião disse só falta
Do nosso lado Waldir.

XX
Apareceu Costa e Silva,
Sem saber por quem lutava;
Ernesto Geisel num canto
Com Figueiredo falava,
Enquanto o Cabeça Branca
Na capoeira escapava.

XXI
Se mandou em retirada,
Pegou o caminho do Céu,
Deu um esbregue em São Pedro,
Uma bicuda em São Miguel
E ainda pirraçou
O arcanjo Gabriel.

XXII
Na porta do paraíso
Quando ACM chegou,
Ofegante e agitado,
A santidade esnobou
E disse para São Pedro:
- Não falo com assessor

XXIII
Mandaram chamar Jesus
(Quem chamou foi São Tomé),
ACM se exaltou,
Fez o maior rapapé:
- Eu só falo é com o pai dele,
Daqui não arredo pé!

XXIV
Jesus Cristo então pediu
O parecer de Maria.
Ela pensou direitinho
Enquanto o Inferno ardia:
- Se o Inferno não agüenta,
Se aqui ele não entra,
Só voltando pra Bahia.


Este trabalho literário tem a autoria de MIGUEL LUCENA, 37 anos, é natural de Princesa - Paraíba. Bacharel em Direito e jornalista, é delegado e diretor de Comunicação da PCDF - Polícia Civil do Distrito Federal. É pós-graduado pela Escola de Magistratura da Bahia. Foi repórter da Folha de São Paulo e dos jornais O Norte e A União, em João Pessoa; redator e editor do Diário da Borborema, em Campina Grande; redator da Tribuna da Bahia e do Correio da Bahia e repórter do jornal A Tarde, em Salvador/BA. Atualmente, edita a revista Domínio Popular e o jornal Gazeta Policial, em Brasília/DF. Exerceu os cargos de diretor dos Sindicatos dos Jornalistas da Paraíba e da Bahia, da Federação Nacional dos Jornalistas e da Associação dos Delegados de Polícia do Distrito Federal. É tesoureiro do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF.
Antes de assumir o cargo de Delegado de Polícia do Distrito Federal, foi aprovado em 1º lugar para a Escola Superior do Ministério Público da Bahia e para procurador do Estado de Sergipe e da Universidade Federal de Alagoas.
É autor do livro de poemas "Verso-menino" (primeira edição esgotada) e do poema-cartaz "Os seios da terra", pelo qual recebeu certificado de distinção do Prêmio Criatividade Literária do Governo do Distrito Federal. É co-autor da música "Estação Azeviche", composta com Rui Poeta e gravada pelo bloco afro Ilê Aiyê, da Bahia, e de "O sertão chora", com Wilson Aragão, consagrado com Capim Guiné.

Autor: Miguezim de Princesa
[Codinome de um delegado paraibano da Polícia Civil do Distrito Federal].

Link do trabalho para quem quiser averiguar:

http://sombarato.blogspot.com/2007_07_01_archive.html
Anônimo disse…
Este é um movimento que não vai pegar, o povo não é besta, nem tão pouco tolo, pq todos sabemos que é um movimento eleitoreiro e sem propósitos. A campanha pró-desgaste de Lula já começou pela mídia que esta mais que provado que os maiores canais de comunicação de massa está nas mãos do DEM (Antigo PFL) (e PSDB), por isso este fenômeno elitista, que todos nós sabemos que sempre ocorreu, mas agora esta de forma escancarada. Movimento sem “vontade popular” não é movimento e sim, “vontade sem querer.”

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