CONTRA-ATAQUE

Renan acusa ''Veja'' de ''denúncia falsa'' e venda ''nebulosa''

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou nesta segunda-feira (6) uma carta a cada um dos 80 senadores com diversas acusações contra a revista Veja. De acordo com o senador, a publicação da editora Abril faz denúncias ''falsas'' na reportagem central desta semana.

"Veja" perdeu limites, diz Renan Depois das acusações de que pagaria pensão a uma jornalista com dinheiro de uma empreiteira, Renan foi alvo de outra denúncia da Veja: a de que teria usado ''laranjas'' para comprar uma emissora de rádio e TV, em Maceió. A denúncia teria partido do ex-aliado e suposto sócio na empresa, João Lyra.

Em resposta à revista, afirmou que a Veja o usa para fugir de assuntos mais relevantes e ''deixa na obscuridade um negócio de R$ 1 bilhão'' - a venda da TVA pela Abril para a Telefônica. ''Quem sabe (a Veja) quer usar-me como cortina de fumaça para que, por suas sombras, acabe por ser celebrada uma nebulosa transação de cerca de R$ 1 bilhão envolvendo a venda de uma concessão de canal de televisão pelo grupo Abril, proprietário da revista Veja, a uma empresa estrangeira?'', questiona o senador.

Em sua opinião, a fraudulenta operação da Abril é que ''verdadeiramente interessa à sociedade'' brasileira. ''Talvez fosse o caso de investigar o negócio bilionário que se deseja manter na obscuridade.'' O negócio foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a condição de que a TVA e a Telefônica alterem o acordo de acionistas da emissora em São Paulo. O caso, agora, vai ser submetido à apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O conteúdo da carta


Renan começa o texto afirmando que está sendo ''vítima'' de uma ''revista semanal sem limites éticos e qualquer critério jornalístico, travestida de tribunal político, que vem difundindo inverdades''. A Veja, segundo ele, ''tenta desonrar o mandato que foi legitimamente outorgado pelo povo de Alagoas e dificultar'' sua ''permanência na direção da casa''.

''Todo mundo quer saber o porquê dessa campanha que essa revista criou'', escreveu Renan. ''A mais recente tentativa frustrada da revista foi a favor da Schincariol, e logo foi demonstrado que não tem nada a ver comigo. Todo mundo está querendo saber por que essa revista está me pegando como 'cortina de fumaça'. Fica discutindo coisas menores que não interessam à sociedade.''

O presidente do Senado encerra a carta dizendo aos senadores que não vai renunciar. ''Da minha parte, asseguro à vossa excelência que tanto no plano ético, quanto no plano moral, nada devo. Não irei decepcioná-los.'' Minutos antes, Renan havia ligado para aliados confirmando que permanecerá à presidência do Senado.

Segunda-feira agitada

Durante a tarde desta segunda, líderes da oposição usaram a tribuna para pedir o afastamento do senador. Eles ameaçam ainda obstruir as votações na Casa enquanto Renan permanecer no cargo. Democratas e tucanos têm reunião marcada para terça-feira com objetivos de estudar as possibilidades de apresentar uma nova representação contra Renan.

Também nesta segunda, o presidente do Senado também negou que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, tenha ''fechado o cerco'' ao propor abertura de inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal. ''Há mais de 20 dias pedi ao procurador-geral para abrir o meu sigilo. Que fizesse uma investigação profunda. Mandei uma carta que ele abrisse uma investigação para que eu pudesse demonstrar todas as minhas verdades.''

Da redação do Portal Vermelho, com agências

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