REFORMA POLÍTICA

12 DE JUNHO DE 2007 - 21h41

Na véspera da votação, bancadas buscam "eixo" para a reforma política

A possibilidade de a Câmara votar nesta quarta-feira a reforma política (Projeto de Lei 1210/07) levou os líderes a sondar as bancadas nesta terça-feira em busca de consenso. O saldo das consultas, ao final do dia, mostrou que os partidos não conseguiram fechar posição em torno dos pontos mais polêmicos (fidelidade partidária, lista fechada, financiamento público de campanha e fim das coligações em eleições proporcionais).

O DEM foi a única legenda que anunciou apoio ao projeto. "Fechamos 100%", disse o líder, deputado Onyx Lorenzoni (RS). A maioria dos partidos, porém, deixou a decisão para esta quarta. Até às 19 horas desta terça, o PL 1210/07 havia recebido 144 emendas.

O PMDB, partido com maior representação na Casa, optou por fazer uma consulta formal à bancada. Até esta quarta-feira, os deputados vão votar se concordam ou não com a lista fechada e com o financiamento público, os dois pontos que devem iniciar a votação da reforma. Antes, o partido havia decidido liberar a bancada, mas com a pressão dos vice-líderes, que pediram uma posição oficial, o líder, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), decidiu consultar os deputados do PMDB. Nos demais pontos da reforma, será mantida a liberação da base.

Novas reuniões

O PT também optou por uma consulta formal à bancada. Segundo o líder do partido, deputado Luiz Sérgio (RJ), a maioria dos deputados votou a favor da fidelidade partidária, das listas fechadas, do fim das coligações, do financiamento público e da cláusula de barreira. A decisão final, no entanto, será sacramentada pela Executiva Nacional do partido, em reunião a ser realizada nesta quarta-feira pela manhã.

Os tucanos também deixaram para esta quarta a decisão do partido, já que nesta terça não houve consenso. Segundo o líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), o objetivo é fechar posição sobre cada um dos pontos da reforma.

O PCdoB fechou questão a favor do que considera serem os dois pilares da reforma: o financiamento público e a lista fechada. (Leia mais aqui)

No caso do PDT e do PPS, os parlamentares deliberaram por apoiar pontos específicos. O PDT decidiu que vai votar contra a lista fechada e o financiamento público. Para os demais pontos, o partido está aberto à negociação. No PPS, o líder, deputado Fernando Coruja (SC), afirmou que não foi possível chegar a um consenso sobre a lista fechada. Durante a votação desse dispositivo, ele vai orientar a bancada para votar a favor. No entanto, a legenda respeitará, segundo ele, quem optar por um caminho diferente. "Se aprovarmos esse artigo, o restante passará fácil", avaliou Coruja.

O Psol vai votar a favor do financiamento público e da lista, mas apresentou uma emenda para torná-la flexível. Ou seja, o eleitor poderá mudar a ordem dos candidatos.

Consenso difícil

Para o líder dos tucanos, essa diversidade de situações mostra como não há consenso na Casa sobre a reforma política. "Está mais fácil manter as conversas com os líderes do que com as bancadas", afirmou Pannunzio, ressaltando um sentimento muito citado hoje entre os deputados. "A votação será imprevisível", salientou, por sua vez, o líder do PT, Luiz Sérgio.

Mesmo reconhecendo a divisão entre os deputados, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse que é preciso votar de vez a reforma. "Esse tema não pode ficar circulando indefinidamente na sociedade ", afirmou, após a reunião do colégio de líderes que decidiu começar nesta quarta-feira a votação do PL 1210/07.

Com informações da Agência Câmara

Fonte: Portal Vermelho - PCdoB

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