2010: CIRO CONCORDA COM LULA SOBRE CAMDIDATURA DA BASE

15 DE MAIO DE 2007 - 17h35

Cotado dentro da base aliada do governo para ser candidato à Presidência da República em 2010, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) manifestou nesta terça-feira (15) apoio à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os partidos aliados do governo devem lançar apenas um candidato na corrida presidencial. Ciro disse que o presidente ''não está defendendo nada que não seja o melhor interesse do país''.

Ao ser questionado se estaria disposto a reunir a base com a sua candidatura, Ciro desconversou com o argumento de que a oposição é favorita em 2010. ''É cedo para se cogitar. Seria uma contradição o anúncio de qualquer candidatura nesse momento. Temos que reforçar o sucesso do presidente Lula porque o outro lado tem a potencialidade de ser favorito na disputa na minha opinião.''

Mas apesar da cautela tradicional, Ciro Gomes tem se movimentado bastante nos bastidores para que sua potencial candidatura ganhe visibilidade. Prefeito de Fortaleza (1989-1990), governador do Ceará (1991-1994) e ministro da Fazenda no último ano do governo Itamar Franco (1994), Ciro Gomes retomou as viagens periódicas aos Estados, fórmula testada com relativo sucesso na eleição presidencial de 1998, quando concorreu pelo PPS e chegou num surpreendente terceiro lugar, com 10,97% dos votos válidos, atrás apenas do vitorioso Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde que assumiu como deputado federal eleito pelo PSB, em fevereiro passado, já esteve em Pernambuco, pelo menos quatro vezes em São Paulo - capital e interior -, no Maranhão e deve ir a Tocantins no próximo final de semana.

Apoio de Lula

Reportagem publicada na semana passada pelo jornal Folha de S. Paulo afirma que Lula pediu ao ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal que se aproxime do PT por considerar Ciro o nome mais forte do seu campo político para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2010.

O presidente Lula já havia cogitado lançar Ciro Gomes à sua sucessão em outra oportunidade. No auge da crise política de 2005-2006, quando o governo foi submetido a intensa pressão, Lula disse a interlocutores que só via uma pessoa no governo capaz de substituí-lo: Ciro Gomes. Um homem de Estado, de caráter e de idéias firmes , avaliou, segundo testemunho de um dos presentes à conversa. Lula, como se sabe, deu a volta por cima. Continua falando em Ciro, mas também já se sente em posição confortável o suficiente para dizer que pode apoiar mais de um candidato à sua sucessão. Ciro, por seu turno, procura se manter leal ao presidente, mas até mesmo por uma questão de estilo nem sempre consegue se conter nas críticas ao governo que integrou como ministro da Integração Nacional. Depende muito da platéia.

Em discurso na Câmara, por exemplo, o deputado identificou o problema da gerência como sendo um dos principais do Programa de Aceleração da Economia. Falando num seminário do PCdoB realizado recentemente em São Paulo o deputado voltou ao tema. Mas o tom já era outro: O PAC tem um grupo central de gestão integrado pelos ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega(Fazenda).

Disputas na base

O governador petista Jaques Wagner (Bahia) disse acreditar no consenso dentro da base aliada pelo lançamento de um único nome em 2010. Wagner reconheceu, no entanto, que haverá dificuldades para convencer os partidos de abrirem mão da disputa individual para o Palácio do Planalto.

''Essa é a arte da política. Se ele está com essa determinação, eu creio que ele tem trunfo muito grande de ter um governo exitoso. A base aliada vai reunir a opinião do presidente'', disse.

O PMDB já manifestou a intenção de lançar candidatura própria à presidência em 2010. O PSB, por sua vez, insiste no nome de Ciro como candidato da base aliada. O PMDB se movimenta para atrair o governador tucano Aécio Neves (Minas Gerais) para a legenda, já que o PSDB pode optar por lançar o governador José Serra (São Paulo) na corrida presidencial.

Hoje, durante entrevista coletiva, o presidente Lula não descartou a possibilidade de apoiar Aécio para a presidência da República em 2010 se o tucano migrar para um partido da base aliada do governo.

Bloco de Esquerda

Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), a base aliada será capaz de escolher um único candidato à presidência. Campos negou que o Bloco de Esquerda --que reúne o PSB, PCdoB, PDT, PMN e PAN no Congresso Nacional-- tenha em vista a disputa de 2010 frente o 'blocão' liderado pelo PT e PMDB.

''Temos um bloco político, não é um bloco eleitoral. A tese que o presidente Lula falou é correta. Ele reuniu essa base tão ampla e só pode desejar que essa base esteja unida para disputar as eleições. Se isso será possível ou não, só o tempo dirá'', afirmou.

No próximo dia 22, o Bloco de Esquerda lança um programa comum de atuação e já decidiu que terá candidatos próprios em quase todas as capitais do país nas eleições de 2008.

O manifesto do bloco será a espinha dorsal para um programa eleitoral futuro. Nos bastidores, um mapa eleitoral preliminar começou a ser construído.

De acordo com cálculos iniciais dos partidos do bloco, haverá candidaturas próprias em pelo menos 19 capitais do país. As outras sete, Salvador, Recife, Fortaleza, Macapá, Belém, São Luís e Belo Horizonte, são classificadas como críticas por não haver acordo dentro do próprio bloco ou porque há alianças muito sólidas com o PT.

''Teremos candidatos competitivos nos 120 maiores municípios do país, fora as candidaturas simbólicas. Temos problemas em alguns lugares, mas haverá consenso no
momento certo'', garantiu Márcio França.

''O bloco veio para ficar'', acrescentou.
Da redação,

com agências

Fonte:www.vermelho.gov.br

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